sexta-feira, 25 de abril de 2008

O fim do rádio convencional

Na última década, surgiram novos meios de transmissão de rádio digital. Com isso, o rádio analógico está perdendo espaço e parece estar condenado. Porém, alguns padrões de digitalização do rádio não conseguiram ainda alcançar uma qualidade boa para transmitir as freqüências AM. Somente os padrões norte-americanos estão fazendo isso. Alguns consórcios tentaram algo mais ousado para ganhar mais qualidade, mas esbarraram nos custos.

No Brasil, não tiveram muito êxito os testes com essas tecnologias. Além disso, para instalar tais equipamentos, precisaria de um novo marco regulatório neste setor. Mas os interesses econômicos e políticos por trás das rádios impedem essa regulamentação.

Hoje em dia, está se popularizando cada vez mais a rádio via internet. São "estações" que qualquer um pode criar, sem pagar por concessão ou algo assim. É só ter um servidor e soltar o som. As tecnologias vêm evoluindo ano a ano. Começou com o antigo REAL AUDIO, que transmitia sons em uma qualidade baixa, mas sem trancos. Logo depois surgiu o MP3, que é usado em larga escala no mundo todo para compartilhar músicas. Ele comprime o áudio num tamanho muito pequeno, fácil de armazenar e transmitir. A partir do MP3, surgiram os podcastings, que é a transmissão direta do áudio do produtor para o ouvinte logo que posto no ar. Hoje, o mais comum é baixar gratuitamente as músicas de sistemas de download ponto-a-ponto, o que deixa as gravadoras de cabelo em pé.

Nos últimos anos, várias empresas se associaram à norte-americana World Space para desenvolver novas tecnologias de rádio digital. Mas pode não dar certo, pois o alto custo pode inviabilizar o negócio. Se tais empresas conseguirem fazer um negócio a preço acessível ao consumidor, só tende a melhorar o futuro do rádio no mundo. Já no Brasil, os interesses por trás disso tudo são outros, e parece que ninguém quer ajudar muito.


quinta-feira, 24 de abril de 2008

Eight Monsters

Não gosto muito dos norte-americanos, apesar de sempre usá-los como exemplo. Mas admiro-os numa qualidade: a arte de fabricar carros. Carros de verdade, sem muitas frescuras.
Ao contrário dos europeus, os automóveis deste país têm muito pouco recursos eletrônicos que visam limitar o rendimento do motor. Se usam, é para o efeito contrário, como a injeção eletrônica multiponto. Segurança é a primeira ordem no velho continente. Por isso, a exemplo da Alemanha, os carros mais potentes vêm com a velocidade limitada eletrônicamente em 250 quilômetros por hora. Apesar de existirem por lá as Autobahn, ou seja, auto-estradas sem limite de velocidade.

Nos EUA, a paixão por automotores está no sangue. Especialmente por carros grandes e motores potentes. E para alimentar essa sede por gasolina, nos anos 60 eles desenvolveram uma categoria de carros popularmente chamada de "muscle cars". Para mim, foi o ápice da indústria automobilística mundial. Carros superpotentes de até 450 cavalos, a preços populares. No Brasil, foram chamados de "V-oitões", devido ao número de cilindros no motor e a forma como eles estão posicionados. O mais popular por aqui chegou nos anos 70, o Maverick, ou simplesmente maveco.

Nos Estados Unidos começou com a criação da Nascar, a categoria de automobilismo mais popular por lá que usa carros de turismo. Nas primeiras décadas, a regra dizia que para competir, um carro precisava ter um número mínimo de unidades vendidas no ano anterior ao da inscrição. Isso popularizou a categoria e também proporcionou o surgimento de ícones, como o Ford Galaxy, os Dodges Challenger e Charger, o Plymouth Hemi-Cuda entre outros.
Mas as duas lendas entre os oito canecões surgiram fora da Nascar. Porém, entraram para a história automobilística a partir dela, como carros adorados no mundo inteiro. Primeiro, o Chevrolet Corvette, que foi o carro que começou esta onda ainda nos anos 50, e que nos anos 90 foi eleito como carro símbolo da terra do Tio Sam.

O segundo, e para mim o melhor, é o Ford Mustang. Foi ele quem popularizou os V8's no mundo inteiro. Vendeu tanto, que surgiram outras versões deste carro, como o conversível e o coupé (fastback). Contudo, em 1965 o designer de automóveis Carrol Shelby pediu para fazer algumas modificações no carro. Terminado o trabalho, apresentou à direção da Ford, que adorou o desenho. Surgiu assim o Mustang Shelby GT350. Foi o início do mito. Mais potente, inaugurou os motores de oito cilindros "big-block" no modelo, muito mais potentes que os "small-blocks".
Em 1964, a Chrysler, através de sua divisão de motores, lançou um dos mais potente motores V8 que já se ouviu falar, o Hemi 426, com incríveis 500 cavalos puros e 68kgf.m(kilograma força por metro) de torque, um absurdo em termos automobilísticos.

Em 1967, o Mustang entrou para a história em definitivo. Foi lançado naquele ano o Shelby GT500, com sua inconfundível cor branca e duas faixas centrais azuis. É considerado o melhor "muscle-car" já produzido em série. É um carro tão idolatrado que em 1999 virou protagonista de filme. Com algumas modificações na mecânica e um design arrojado, mais o apelido Eleanor, estrelou o filme 60 Segundos. Nicolas Cage e Angelina Jolie foram meros coadjuvantes da trama. Após as telonas, a lenda virou mito. Começou então uma era nostálgica na indústria automobilística não só norte-americana, mas mundial. Começaram a ser lançados desde então novos modelos dos antigos V8's, com designs e mecânicas atualizadas. Esse filme também estimulou os amantes de carros no mundo todo a personaliar seus veículos, o chamado tunning.

Hoje em dia, os mitológicos Mustang e Corvette ressurgiram das cinzas, com seus modelos mais novos vendendo como água. Isso acontece principalmente porque os desenhos deles remetem muito aos carros dos anos 60. E ao entrar dentro de um deles, ou pelo menos ver um de perto, já dá aquele frio na barriga que deixa qualquer um arrepiado. Afinal, o ronco de um motor V8 é de assustar, é inconfundível e é irresistível.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Espetáculo errado

Detesto a espetacularização que a mídia faz em alguns casos selecionados. Por exemplo, o da menina Isabella. Se esse fosse um país sério, assim consecutivamente as Televisões fossem sérias, seria discutido o julgamento, não a investigação. Primeiro, a polícia não iria dar um pio sobre o caso para a imprensa, porque sabe-se que qualquer publicidade num inquérito é prejudicial ao andamento do mesmo. No final julga-se pela opinião pública, não pelos fatos. E é exatamente o que está acontecendo.

Além disso, um julgamento público, com tudo o que tem direito, é muito mais divertido. Seria um espetáculo muito maior para a TV, já que ela poderia passar, por exemplo, flashes ao vivo da apresentação de provas, da apresentação da defesa, da apresentação da acusação, dos testemunhas-chaves, dos depoimentos dos réus. Aí sim, tudo o que estão especulando agora seria televisado e saberíamos dizer com precisão quem foi o culpado. E a discussão do caso seria num nível muito maior.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Candidatos ao Piratini são a favor do jogo do bicho

Em entrevista coletiva realizada ontem, os pretendentes ao governo estadual foram unânimes ao desejarem a oficialização do jogo do bicho. Foram discutidos também outros temas polêmicos para a sociedade com os concorrentes ao cargo máximo no Estado.

Na abordagem às drogas, o aspirante pelo PMDB Pedro Simon afirmou que os viciados devem ser tratados como doentes. Olívio Dutra, do PT, disse que não é contra a legalização da maconha. Todavia, seu adversário Alceu Collares, do PDT, quer um controle maior para impedir o uso da erva.

Perguntados a respeito da política, Olívio Dutra disse que é direito e dever de cada cidadão fazer política. Collares a tem como a mais fascinante das atividades. Já Simon ressalta que é uma vocação natural do homem civilizado.

Na mesma linha, o comunismo e o capitalismo tiveram destaque. Ninguém os condenou, tampouco os defendeu. A não ser o representante do PDS Jair Soares, liberal assumido que defende a livre iniciativa mercadológica como opção ideal para o Brasil.

As revoluções só têm apoio dos pretendentes ao Piratini se for uma vontade popular. O emedebista Simon destaca que só devem ser utilizadas quando todos os apelos diplomáticos estiverem vencidos. Outra luta defendida em coro é a ambiental, que deve ser aliada ao desenvolvimento econômico.

A unanimidade apareceu quanto ao combate ao racismo e às opções individuais pela virgindade e homossexualismo. Da mesma forma, o aborto é considerado algo íntimo. Porém, os pleiteadores do PT e do PMDB entendem que as mulheres devem ser orientadas para não abusar desta alternativa.

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Texto criado a partir de uma matéria do Cooperjornal sobre as eleições para governador do Estado do Rio Grande do Sul em 1982. É um trabalho, ainda não corrigido, da cadeira Redação Jornalística, com o professor Leonan.